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2) Portal do Sol

Dois dias depois cheguei a Portal do Sol, completamente exausta e amassada depois de ser chacoalhada por horas dentro de um ônibus velho, que me deixou apreensiva de verdade percorrendo a estrada de terra esburacada a uma velocidade impossível. A Estação Rodoviária era uma casa simples, com uma porta, um balcão, um funcionário sonolento e um banheiro que não quis testar apesar da vontade de passar uma água no rosto e um pente nos cabelos. Perguntei pelo Antonio e o atendente indicou-me um bar do outro lado da rua. Apesar do cansaço notei que a rua principal da vila até que tinha seu charme, com vários pequenos negócios ao longo de uma praça bem florida ladeada em ambos os lados por igrejas. “Seriam católicas ambas ou tínhamos aqui uma divergência religiosa a dividir os aldeões?” - Pensei divertida. No bar, Antônio era um senhor de pele curtida do sol, sorriso largo e aberto. Abraçou-me em seu corpo farto como se fosse uma amiga de infância que não visse há anos e extremamente constrang

1) Maise

Olhei a escritura tentando entender seu significado. Estava em nome de meu pai e dizia respeito a uma cabana e algumas poucas terras próximas a uma praia em um local chamado Portal do Sol, do qual nunca ouvira falar e nem mesmo me recordo dele ou de minha mãe terem mencionado. A data da escritura era de dois anos antes de meu nascimento. “Porque meu pai, que odiava o litoral, teria uma casa na praia???” - Busquei novamente entre a pilha de papéis por alguma outra informação que esclarecesse, mas nada. Nem uma foto, nenhuma menção, nada! Apenas aquela escritura, um telefone e um nome anotados no verso. “Papai nunca falou de algum Antonio. Esquisito demais.” - Pensei, sentindo um tênue rastro de esperança nascer. “Talvez, mas só talvez, neste local alguém ainda se lembre dele e consiga mais informações sobre seu passado. Talvez...” - Interrompi o pensamento antes mesmo que formasse, não me permitindo criar ilusões quanto ao encontro de algum parente. Meus pais faleceram juntos em um aci
SOBRE ADRIEL É uma estória que estou escrevendo sobre o amor entre um anjo e uma mulher humana. Adriel, o anjo belo demais, doce, compassivo e terno. E Maise, uma jovem solitária, meio inadequada para a vida moderna, impulsiva, incapaz de cuidar bem de si mesma, mas sincera, altruísta e bondosa. O cenário é uma vila simples de aldeões próxima a uma praia selvagem. Irreal, um pouco surrealista, mas é assim que é minha imaginação. A intenção é contar bem a estória de um amor belo e eterno, puro e até ingênuo e de transmitir conceitos que admiro e o amor que sinto pela natureza. Adriel foi totalmente inspirado em Edward da série Crepúsculo e se conseguir com que seja metade tão apaixonante já estarei bem feliz!

OS ANJOS

OS ANJOS Anjo, segundo a tradição judaico-cristã, é uma criatura celestial que serve como ajudante ou mensageiro de Deus. Na iconografia comum, os anjos geralmente têm asas brancas de pássaro e uma auréola. São donos de uma beleza delicada e de um forte brilho, por serem constituídos de energia, e por vezes são representados como uma criança, por terem inocência e virtude. Possuem influência sobre todo o plano orgânico e elemental, sendo assim eles têm como uma de suas missões, ajudar a humanidade em seu processo de evolução. A Tradição Católica afirma ainda que os Anjos não possuem maneiras de conhecer o futuro, possuindo sim uma inteligência muito mais desenvolvida que a nossa, podendo "prever" eventos que fisicamente poderão acontecer, visto que conhecem com precisão todas as regras fisicas, como gravidade, densidade, velocidade etc. Dentro do Cristianismo Esotérico e da Cabala, são chamados de "anjos" os espíritos num grau de evolução imediatamente superior ao d

Novos rumos para A Itinerante

Olá amigos, Voltei! Peguei carona com Índia, Mineira, Naty e Thania. rsrs Não vou dizer que foi por falta de tempo. Foi também, mas o motivo principal foi não ver mais sentido neste blog nos últimos meses. Entrei na blogosfera pelo BBB e A Itinerante nasceu do interesse de ter um ponto de reunião para os amigos que fiz no programa, principalmente. A estes foram se juntando outros, mas esta foi a origem. Passamos o restante de 2008 à espera do BBB9, ansiando por bagunça, agitação e reencontro com tantos que imaginamos que voltariam com o programa. BBB chegou, acabou e nada aconteceu. O programa foi pífio e sequer consegui ter um favorito. Não houve animação ou bagunça. Os amigos esperados não retornaram, alguns blogueiros também não voltaram e outros que ainda resistiam até mesmo pararam de postar em plena edição ou male mal acompanharam, como Sidney Soares e Kane. E eu que já estava desanimada, broxei completamente. :( Fazer o quê aqui? Continuar falando de arte não me parecia convida

Páscoa e os Ovos Fabergé

Ovo Memória de Azov (1891) oferecido por Alexandre III a Maria Feodorovna A tradição de presentear com ovos na páscoa é mais um hábito pagão apropriado e convertido pelos cristãos. Originalmente era um ritual que acontecia no Equinóquio da Primavera onde os participantes após decorar e pintar ovos os escondiam nos campos para celebrar a fertilidade. Muitos povos utilizaram ovos de verdade, pintados e decorados, para celebrar a chegada da Primavera. Os cristãos se apropriaram da idéia do Ovo para festejar a Páscoa, data que marca a ressurreição de Jesus, pintando-os originalmente com figuras religiosas, em concílio de 325 d.c.. Somente no séc 18 é que cozinheiros franceses tiveram a idéia de fazer ovos de chocolate para a ocasião. Mas, os mais belos ovos foram produzidos entre 1885 e 1917 em ouro e prata e adornados com pedras preciosas na Rússia, por um artesão chamado Fabergé, atendendo à encomenda do Czar Alexandre III como presente de páscoa para sua esposa. Cada peça continha uma s

Aniversário da Índia

A lenda da Moça-Lua Muito antigamente só havia a noite e o dia. E a noite era tão escura que deixava os homens assustados e aconchegados em suas casas, ao pé do fogo. Em toda a tribo, só uma índia não tinha medo da noite. Ela saía na escuridão e voltava com os cabelos cobertos de vaga-lumes. Passeava na beira do rio, mas todos ficavam tranqüilos porque ela dizia que não havia perigo. Esta índia era diferente de todas as outras, pois nascera com a pele muito branca e nada lhe metia medo, muito menos uma noite escura. Entretanto, havia uma outra índia de olhar escuro como a própria noite que não via o ato da outra com bom coração. A inveja foi crescendo dentro dela e um dia tentou caminhar noite a dentro, mas acabou cortando os pés nos gravetos e seixos da margem do rio. Cheia de ódio e inveja, foi então falar com a cascavel: -"Cascavel, preciso de teu auxílio" -"Para o bem ou para o mal?", perguntou a rastejante -"Para o mal" A cascavel bailou feliz, pois

Livros grátis

Imagem: A Leitora - Jean-Honoré Fragonard Sou viciada em leitura desde antes de aprender a ler. No auge de minha carreira de leitora ávida (vulgo rato de biblioteca) lia 500 páginas por noite sem qualquer dificuldade. Nos finais de semana a contagem era por número de livros. Viciozinho bacana que aumenta a cultura, o raciocínio, a inteligência, etc... etc... E faz um danado de um rombo no orçamento! Na juventude, incapaz de sustentar o vício e apavorada com a proximidade da síndrome de abstinência, os tremores, os delírios, as noites em claro com a mente confusa, confesso envergonhada que já "emprestei" um ou dois livros de bibliotecas. Lógico que este hábito além de pouco salutar era arriscado e acabei singrando para romancezinhos baratos e horrorosos (da série Júlia, Bianca, Sabrina) e algumas vezes em épocas realmente negras apelei para o consumo de bulas de farmácia, o que sempre alivia um pouco a necessidade. Assim sobrevivi até o surgimento da internet com trocentas opç