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Postagens

Porque não sou uma máquina (ou Aniversário de A Itinerante)

Hoje o blog A Itinerante completa um ano de existência. Neste período, foi visitado 17.200 vezes e recebeu 3.049 comentários em seus 150 posts. Para que estes números acontecessem, despendi aqui uma média de 4 horas diárias, o que perfaz um total de 1.460 horas, gastos entre elaboração e manutenção de template, desenvolvimento de outros blogs, aprendizado de hmtl, busca e manipulação de imagens, pesquisas, elaboração e revisão dos posts, respostas aos comentários e muitas visitas, leituras e comentários nos blogs de meus amigos, comentaristas e visitantes, além de diversas outras atividades. 1.460 horas equivalem a dois meses dedicados exclusivamente ao blog neste ano de existência. Se eu tivesse feito faxina, para dar um exemplo modesto, com estas horas a uma base de R$ 10,00 por hora teria ganho R$ 14.600,00 (quatorze mil e seiscentos reais). Isto se tivesse feito faxina. Imagine se tivesse feito mais de meu próprio trabalho ou qualquer outro melhor remunerado. Se tivesse dispensado

Vou de Angola?

Na minha lavanderia atendo vários clientes angolanos. Primeiro veio um, deve ter falado para o outro, que veio também e acabei formando uma clientela na comunidade. Eles são assim: trazem uma ou no máximo duas peças por vez, mas normalmente é “a” peça. Tênis de marca, camisas de estilistas, ternos de linho, só trabalhos complicados e delicados. E choram, meu Deus, como choram por cada real. Um deles sempre diz: “Tudo isto?!”, parecendo realmente chocado. Quando confirmo, ele diz: “Na lavanderia que tem no Carrefour, pago menos e lá é franquia.”. E eu sempre retruco a mesma coisa: “Leva para lá.”. Então ele inventa uma desculpa para não levar e deixa. É óbvio que não vai levar em outro lugar. Expliquei na primeira vez que veio com esta que meus japoneses passam melhor do que os brasileiros da concorrente. E eles sabem que passam mesmo. kkk Gostam de nosso trabalho e são desconfiados demais para testar outro. Às vezes acabo dando um desconto, de tanta graça que acho. Bem... Não é só pela

50) Fim

Estávamos sentados no convés apreciando o nascer do sol na Baia dos Porcos, em Fernando de Noronha. Na realidade, nem tínhamos dormido ainda. Nossas noites andavam um tanto quanto agitadas. Adriel não precisava dormir e quando eu sucumbia, ele dirigia o barco ou ia a terra comprar mantimentos. Durante os períodos do dia em que estava acordada, nadávamos, percorríamos as cidades e vilas que encontrávamos pelo caminho e conhecíamos praias de beleza ímpar. Eu estava apaixonada pelo nordeste brasileiro e achava cada cidade ou recanto mais bonito que o outro. Agora mesmo, passamos mais tempo do que o programado em Fernando de Noronha porque me apaixonara de tal forma pelo arquipélago que não queria ir embora e quase fui seduzida pela idéia de morarmos ali indefinidamente. Adriel com seu bom senso lembrou-me de Etera, de seu trabalho no complexo e de tudo para o que necessitávamos voltar e contentei-me com alguns dias a mais aqui. Não queria pensar na volta neste momento. Sabia que teríamos

Versus1

49) Lua de Mel

ESTE POST POSSUI CONTEÚDO ADULTO E IMPRÓPRIO PARA MENORES DE IDADE. SE VOCÊ NÃO TEM 18 ANOS, POR FAVOR NÃO LEIA. Conduzi o barco até um ponto distante da praia. Desliguei o motor e após certificar-me de que estava tudo correto e seguro, fui até a cozinha. Peguei o champanhe que deixara gelando em um balde de gelo, duas taças e caminhei até o quarto. No caminho, passando pela sala de estar, liguei o aparelho de som onde já deixara os CDs que queria como nossa trilha sonora nesta noite, começando com os Noturnos de Chopin. Maise não estava lá. Deixei a bandeja em uma mesinha e enchi as duas taças. Ainda estava com a roupa do casamento e embora fosse de algodão claro, o dia estava quente. Estava ligando o ar condicionado quando ouvi um ruído às minhas costas. - Oh! Querida, você está deslumbrante! – Tive que limpar a garganta para conseguir produzir sons, de tão seca ficou ao vê-la em uma camisola pérola translúcida. Ela parecia um pouco acanhada, o que me divertiu, pois fora despudorada

48) Casamento em Etera

Eu mal reconhecia-me neste ser agitado e ansioso no qual me transformara. Lembrei de como era antes de conhecer Maise, a vida ordenada e pacata, com dias inalterados e noites silenciosas. Sim, sentia saudades daquela tranqüilidade, mas não, não voltaria para ela jamais. Nada, nem mesmo toda paz do universo, faria sentido sem Maise. Era o mesmo que perguntar a uma mãe cansada das noites sem dormir por causa das cólicas do filho, se gostaria de não tê-lo tido. Agora entendia que era aquele sentimento, o amor, que movia montanhas, muito mais do que a fé e eu antes era apenas um tolo ingênuo que se acreditava sábio. O amor por uma mulher me fazia ter mais fé do que toda razão anterior. Agora ela era minha esposa pela lei e pela igreja. Logo seria também pelos olhos da Deusa. Estávamos todos humanos, Elementais e Anjos na mata de Etera, aguardando o sinal da Fada Sacerdotisa para o início da cerimônia Wicca. Ela traçou um círculo no sentido horário usando uma espada cerimonial e após abenço

47) Casamento em Portal

- É hoje! – Despertei com o pensamento, coração disparado. Hoje era o dia de nosso casamento. Ao meu lado, Adriel sorriu e seu beijo tranqüilo aquietou-me um pouco. Logo lembrei tudo que tínhamos a fazer e pulei da cama, pedindo-lhe para apressar-se também. Estávamos na cabana, felizmente. Nossa casa (já considerava a de Adriel minha também) estava um caos, com montes de anjos que não dormiam nunca. A família dele era maravilhosa e fiquei feliz por aceitarem-me tão bem, uma vez que Adriel estava preso na Terra por minha culpa. Alguns conselheiros vieram também e passaram boa parte da noite em reunião, discutindo sobre o futuro do complexo e a busca de cura para Adriel. E ainda queriam fazer despedida de solteiro. Nem imagino como seria uma despedida de solteiro de anjos, mas também não quis arriscar a sorte e praticamente seqüestrei meu noivo para nossa última noite antes do casamento. Tana chegou, com aquele seu dom característico de saber quando acordávamos para logo invadir. Estava

46) Elros

Elros recebeu-nos de forma muito gentil na entrada do palácio. Ele era realmente bonito, com cabelos claros, quase brancos e olhos tão verdes quanto os de Adriel. O rosto e o corpo tinham uma ossatura agradável, suave e algo nele parecia um pouco melancólico. - “Também pudera, coitado, dois noivados infelizes.” – Ponderei, lembrando-me de ser cuidadosa ao tocar nestes assuntos. Passamos pela sala de jantar, com uma mesa imensa e vazia. - Prefiro usar esta sala apenas em eventos mais formais. Sinto-me oprimido aqui. Incomodam-se em almoçarmos na Pequena Copa? A Pequena Copa era uma sala de almoço íntima, próxima à de jantar, com uma mesa redonda de 6 lugares, agradavelmente decorada e com grandes janelas com vista para as árvores. - Absolutamente. – Eu disse. – Aqui está ótimo! Iniciamos o almoço falando sobre nosso casamento e a lua de mel. Não pude deixar de notar que a expressão de melancolia aprofundou-se e não me contive: - Você está triste, Elros? - É assim tão evidente? Perdoem-m